quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Obras Antienchentes

por Fabrício Lobel da Folha de São Paulo
Ludmilla Souza – Repórter da Agência Brasil
O prefeito da cidade de São Paulo, João Doria, apresentou em 28/12/2016 o plano da Operação Chuvas de Verão 2016/2017, no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR-SP). Doria ressaltou a integração como diferencial na operação. “Criamos este comitê para as chuvas de verão, integrando governo do estado, governo municipal e outros entes numa ação conjunta. A operação já está dentro de um novo conceito de gestão, uma ação com a transversalidade de diversas áreas, e também com empresas fornecedoras da prefeitura e do governo do estado”. Segundo ele, a operação é um conjunto de atitudes e ações estruturantes. “Dessa maneira, vamos buscar mais eficiência de gestão, maior integração das ações e, consequentemente, melhores resultados para prevenir os efeitos da chuva”, acredita.

A partir do CICCR, 13 agências – Companhia de Engenharia de Trafego (CET), SPTrans, AES Eletropaulo, Cia de Saneamento Básico do estado (Sabesp), Defesa Civil municipal e estadual, Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana, Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), Metrô, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e Corpo de Bombeiro – vão atuar em conjunto para superar a fase crítica de chuvas, de dezembro a março. “Este será o centro de controle e monitoramento da operação, e vai funcionar 24 horas, em ação integrada e articulada, a partir do dia 1º de janeiro”, informou Doria.

O próximo prefeito da capital paulista disse que será a primeira vez que a ação integrada será realizada sob comando do CICCR-SP. Para ele, será o “primeiro grande teste de como essa ação pode melhorar a qualidade de vida das pessoas e, principalmente, diminuir os efeitos das chuvas nesses próximos três meses”.

Monitoramento imediato

O CICCR-SP está instalado na Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional, no bairro da Luz, centro da cidade. O centro tem capacidade para operar com 60 agências distintas e é um dos legados da Copa do Mundo de 2014. “Desta sala de controle temos a experiência de controlar as operações de segurança pública do estado, e aqui já foi controlada a operação para a Copa e para as Olimpíadas de 2016. Com as agências, facilitamos a prevenção e a pronta resposta em caso de qualquer anormalidade no período de chuvas”, frisou o coronel Marcos, comandante do centro.

O superintendente do DAEE, Ricardo Daruiz Borsari, disse que a primeira ação do órgão é na linha da previsão. “Operamos no radar meteorológico, na barragem de Ponte Nova. São mais de 200 estações telemedidas online, de cinco em cinco minutos, sobre a chuva e o nível dos principais drenos nos córregos e rios da capital, nível de água em todos os reservatórios de retenção”, e isso permite uma atuação integrada imediata. Os dados estarão disponíveis em todos os agentes envolvidos na operação, acrescentou.

O coordenador do Programa de Combate às Enchentes e futuro secretário adjunto das prefeituras regionais, Fábio Lepique, havera diferentes ações planejadas de prevenção no tratamento do lixo, por exemplo. Segundo ele, haverá coleta excepcional dos resíduos sólidos domiciliares e as empresas coletadoras vão estruturar horários mais adequados, de acordo com as chuvas. Quando necessário, as varrições e coletas serão antecipadas, além de a administração pública intensificar a limpeza de bocas de lobo e bueiros.

As principais preocupações do paulistano no período de chuvas são as quedas de árvores e a interrupção dos semáforos. Sobre isso, Doria promete a troca de semáforos. “Faremos um esforço junto à Eletropaulo para melhorar a energização dos semáforos e também a troca por outros mais modernos, blindados, que evitem situação que, lamentavelmente, se tornou tradição na cidade: uma quantidade enorme de semáforos que não funcionam durante a chuva”.

Quanto às quedas de árvores, o próximo secretário de Segurança Urbana, coronel José Roberto Rodrigues de Oliveira, disse que haverá um estudo aprofundado. “Vamos mapear todas as árvores em conjunto com a Secretaria do Meio Ambiente para poder [adotar] ações. A partir de 1º de janeiro, teremos um trabalho focado, trazendo especialistas para que possamos entender o problema, e a partir daí demandar soluções”.

Uma ação que gerou resultado na cidade foi a implantação de sensores eletrônicos nas bocas de lobo e bueiros. É um sistema inteligente de monitoramento que identifica resíduos antes de eles bloquearem completamente a entrada de água. O futuro prefeito afirma que vai continuar o trabalho, instalado em 110 bueiros e bocas de lobo em regiões com histórico de alagamentos frequentes durante as chuvas. “Essa é uma tecnologia moderna e muito funcional, pois demonstra, rápida e eficientemente, as bocas de lobo que exigem limpeza imediata. Nós vamos prosseguir com esse programa”, garantiu.

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