quarta-feira, 21 de junho de 2017

Mapa da Origem dos Alimentos

link: http://blog.ciat.cgiar.org/origin-of-crops/

Dois terços dos gêneros alimentícios que compõem dietas dos países são originalmente de outras regiões. A internacionalização só cresce É difícil imaginar a cozinha italiana sem tomate, ou a culinária francesa sem batata. E, no entanto, ambos são originários da América do Sul, mais precisamente da região da cordilheira dos Andes. Já as mangueiras, bananeiras, coqueiros, pés de laranja e canaviais que proliferam pelo litoral e interior brasileiros vêm do sudeste da Ásia - isso para não falar dos cafezais, originários da África central. O mundo das comidas, bem antes do Instagram e dos foodies, é altamente globalizado. A interdependência alimentar ganhou impulso na Era das Navegações e só vem crescendo desde então.Dois terços dos gêneros alimentícios que compõem dietas dos países são originalmente de outras regiões. A internacionalização só cresce. É difícil imaginar a cozinha italiana sem tomate, ou a culinária francesa sem batata. E, no entanto, ambos são originários da América do Sul, mais precisamente da região da cordilheira dos Andes. Já as mangueiras, bananeiras, coqueiros, pés de laranja e canaviais que proliferam pelo litoral e interior brasileiros vêm do sudeste da Ásia - isso para não falar dos cafezais, originários da África central. O mundo das comidas, bem antes do Instagram e dos foodies, é altamente globalizado. A interdependência alimentar ganhou impulso na Era das Navegações e só vem crescendo desde então.

Um estudo recente, publicado em junho de 2016, mostra que quase 70% dos sistemas alimentares dos países atualmente é baseado em gêneros comestíveis que surgiram em outras regiões. Além disso, o estudo conclui que, nos últimos 50 anos, esses alimentos “estrangeiros” se tornaram cada vez mais presentes nas dietas das pessoas - mesmo em países com grande biodiversidade. A pesquisa foi feita por cientistas ligados ao Centro Internacional de Agricultura Tropical, organização com sede na Colômbia que existe desde 1967.

Um mapa interativo feito pelos autores do estudo indica graficamente, em inglês, de onde vêm os principais alimentos do mundo:

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores cruzaram as informações sobre as origens de 151 gêneros alimentícios diferentes, de 23 regiões do mundo, com dados sobre as dietas de 177 país, compilados pelo braço de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas. A pesquisa cobriu assim os hábitos alimentares de 98% da população mundial.

"Para cada país, podíamos discernir qual era a contribuição em termos de calorias, proteínas, gorduras e peso total da comida para cada gênero alimentício - e então ver se sua origem era local ou estrangeira”, disse ao site da NPR, rádio pública americana, Colin Khoury, autor principal da pesquisa.

Além de criar o mapa que mostra de onde vem cada alimento, os pesquisadores criaram um gráfico interativo circular em que é possível ver quanto da dieta de cada região do mundo vem de fora. Vê-se no gráfico, por exemplo, que a América do Norte é altamente dependente, do ponto de vista calórico, de alimentos surgidos no Norte da África e Oriente Médio - principalmente o trigo.

Os mapas e gráficos apresentam os dados agrupados apenas por região, mas a partir das tabelas anexas ao artigo que explica a pesquisa, o Nexo conseguiu identificar qual a origem dos alimentos que, em termos calóricos, formam a base da dieta brasileira. Apenas 12% do que comemos vem de plantas originárias das Américas - dos quais só 2,4% são da região onde está o Brasil, a América do Sul tropical.

Como é determinada a origem das comidas

Se os dados usados pelos pesquisadores sobre a dieta e hábitos alimentares vêm das Nações Unidas, após compilação feita junto aos governos de cada país, a determinação da origem de cada gênero alimentício vem de uma tese dos anos 1920.

No começo do século 20, o pesquisador russo Nikolai Vavilov propôs a ideia de que há no mundo alguns “centros de origem” das culturas comestíveis. Antes de Vavilov, com subsídios de estudo botânicos, fitogeográficos e genéticos já era possível determinar mais ou menos a origem dessas culturas. Mas o russo sistematiza esse conhecimento ancorado na ideia de que a região onde uma cultura foi domesticada, seu centro de origem, seria marcada pela grande diversidade do gênero alimentício convivendo com suas variedades selvagens. Isso porque naquela região, os agricultores foram selecionando ao longo do tempo as melhores espécies.

Assim, ele identificou centros de origem no México, no Chile, no Brasil, ao redor do Mediterrâneo, entre outros. Vavilov tinha um interesse prático na determinação da origem das culturas comestíveis, pois esses centros guardam grande diversidade genético que seria útil para a melhoria da agricultura, com espécies capazes de se adaptar a diferentes climas ou doenças. O debate evoluiu depois de Vavilov até hoje - o termo “centro de diversidade”, por exemplo, é preferido atualmente a “centro de origem”.

O problema da biodiversidade

Além de mapear e cruzar os dados que mostram as origens e a interdependência alimentar dos países, o estudo liderado por Colin Khoury termina com um alerta. Há um efeito perverso nessa globalização: o fato de 70% da comida dos países vir, originalmente, de outro lugar, é sintoma de uma homogeneização das dietas, que pode ter o impacto negativo de reduzir a biodiversidade das culturas comestíveis. Isso torna o sistema alimentar global mais vulnerável a doenças e intempéries.

“É prudente fazermos um amplo e inclusivo esforço de conservar e tornar acessível a diversidade genética de gêneros alimentícios em todo o mundo”, dizem os autores da pesquisa. Existem atualmente alguns tratados internacionais para a conversação e difusão de variedades de gêneros alimentícios, com o objetivo de se contrapor à tendência de homogeneização das culturas comestíveis. Na Noruega, enterrado no gelo, há um banco de sementes com 1 milhão de variedades que servem como um seguro contra catástrofes naturais e guerras.

Um estudo recente, publicado em junho de 2016, mostra que quase 70% dos sistemas alimentares dos países atualmente é baseado em gêneros comestíveis que surgiram em outras regiões. Além disso, o estudo conclui que, nos últimos 50 anos, esses alimentos “estrangeiros” se tornaram cada vez mais presentes nas dietas das pessoas - mesmo em países com grande biodiversidade. A pesquisa foi feita por cientistas ligados ao Centro Internacional de Agricultura Tropical, organização com sede na Colômbia que existe desde 1967.

Um mapa interativo feito pelos autores do estudo indica graficamente, em inglês, de onde vêm os principais alimentos do mundo:

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores cruzaram as informações sobre as origens de 151 gêneros alimentícios diferentes, de 23 regiões do mundo, com dados sobre as dietas de 177 país, compilados pelo braço de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas. A pesquisa cobriu assim os hábitos alimentares de 98% da população mundial.

"Para cada país, podíamos discernir qual era a contribuição em termos de calorias, proteínas, gorduras e peso total da comida para cada gênero alimentício - e então ver se sua origem era local ou estrangeira”, disse ao site da NPR, rádio pública americana, Colin Khoury, autor principal da pesquisa.

Além de criar o mapa que mostra de onde vem cada alimento, os pesquisadores criaram um gráfico interativo circular em que é possível ver quanto da dieta de cada região do mundo vem de fora. Vê-se no gráfico, por exemplo, que a América do Norte é altamente dependente, do ponto de vista calórico, de alimentos surgidos no Norte da África e Oriente Médio - principalmente o trigo.

Os mapas e gráficos apresentam os dados agrupados apenas por região, mas a partir das tabelas anexas ao artigo que explica a pesquisa, o Nexo conseguiu identificar qual a origem dos alimentos que, em termos calóricos, formam a base da dieta brasileira. Apenas 12% do que comemos vem de plantas originárias das Américas - dos quais só 2,4% são da região onde está o Brasil, a América do Sul tropical.

Como é determinada a origem das comidas

Se os dados usados pelos pesquisadores sobre a dieta e hábitos alimentares vêm das Nações Unidas, após compilação feita junto aos governos de cada país, a determinação da origem de cada gênero alimentício vem de uma tese dos anos 1920.

No começo do século 20, o pesquisador russo Nikolai Vavilov propôs a ideia de que há no mundo alguns “centros de origem” das culturas comestíveis. Antes de Vavilov, com subsídios de estudo botânicos, fitogeográficos e genéticos já era possível determinar mais ou menos a origem dessas culturas. Mas o russo sistematiza esse conhecimento ancorado na ideia de que a região onde uma cultura foi domesticada, seu centro de origem, seria marcada pela grande diversidade do gênero alimentício convivendo com suas variedades selvagens. Isso porque naquela região, os agricultores foram selecionando ao longo do tempo as melhores espécies.

Assim, ele identificou centros de origem no México, no Chile, no Brasil, ao redor do Mediterrâneo, entre outros. Vavilov tinha um interesse prático na determinação da origem das culturas comestíveis, pois esses centros guardam grande diversidade genético que seria útil para a melhoria da agricultura, com espécies capazes de se adaptar a diferentes climas ou doenças. O debate evoluiu depois de Vavilov até hoje - o termo “centro de diversidade”, por exemplo, é preferido atualmente a “centro de origem”.

O problema da biodiversidade

Além de mapear e cruzar os dados que mostram as origens e a interdependência alimentar dos países, o estudo liderado por Colin Khoury termina com um alerta. Há um efeito perverso nessa globalização: o fato de 70% da comida dos países vir, originalmente, de outro lugar, é sintoma de uma homogeneização das dietas, que pode ter o impacto negativo de reduzir a biodiversidade das culturas comestíveis. Isso torna o sistema alimentar global mais vulnerável a doenças e intempéries.

“É prudente fazermos um amplo e inclusivo esforço de conservar e tornar acessível a diversidade genética de gêneros alimentícios em todo o mundo”, dizem os autores da pesquisa. Existem atualmente alguns tratados internacionais para a conversação e difusão de variedades de gêneros alimentícios, com o objetivo de se contrapor à tendência de homogeneização das culturas comestíveis. Na Noruega, enterrado no gelo, há um banco de sementes com 1 milhão de variedades que servem como um seguro contra catástrofes naturais e guerras.


Mapa Interativo

Alimentos Consumidos

Alimentos Produzidos

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Geoprocessamento Aplicado

link:http://editora.ifpb.edu.br/index.php/ifpb/catalog/view/80/43/142-1


A publicação “Geoprocessamento Aplicado – Contexto Multidisciplinar”, reunindo textos técnicos em seus treze capítulos, apresenta, em onze deles, uma amostra de trabalhos de graduação deste curso, não raramente frutos de pesquisas de iniciação científica, com abrangência pluridisciplinar, como de fato se caracteriza o campo de ação das técnicas de geoprocessamento. Não menos importantes, outros dois capítulos da obra compreendem trabalhos desenvolvidos por servidores do IFPB não atuantes no curso em questão – mas que têm utilizado as geotecnologias no campo das áreas socioeducacionais e ambientais.

O Capítulo VII, Sistema de Informação Geográfica aplicado ao controle das perdas físicas em sistemas de abastecimento de água, de Marcello Benigno Borges de Barros Filho e Larissa Maria Alves de Araújo, apresenta um case aplicado na área urbana do município de Santa Rita (PB), parte da Região Metropolitana de João Pessoa, estado da Paraíba.